No sequenciamento dos genomas, os pesquisadores confirmaram que uma pessoa contraiu o vírus associado à um genoma importado e outra apresentou uma estrutura viral associada ao genoma que já circulava pelo Rio de Janeiro. De acordo com Moreno, um dos voluntários procurou novamente o grupo de pesquisa no final de maio, alegando sinais e sintomas mais fortes de covid-19, como febre, e perda de paladar e olfato."
Para o virologista, o trabalho reforçou a noção de que a reinfecção é possível - algo comum entre os vírus respiratórios. Segundo ele, a primeira exposição ao vírus não garantiu uma memória imunológica do organismo. "Pessoas com casos assintomáticos ou muito brandos, se forem reexpostas ao vírus, poderão ter novamente uma infecção", disse. "Desta vez, pode ser uma infecção mais severa do que a primeira, como demonstrado na pesquisa."
Quando o organismo é invadido por algum microorganismo estranho, ele, inicialmente, lança uma resposta genérica para combater o invasor. Por não ser específica, essa resposta não gera uma memória da invasão, embora consiga derrotar as formas mais brandas da infecção. Nesses casos, não há imunização. Nas formas mais graves e mais longas da doença é diferente.